As
proezas de Seu Lunga
Seu Lunga
é cabra de bem
Porém é
muito nervoso
Em
perguntas idiotas
O homem
perde o gozo
Das
faculdades mentais
Vira o
próprio satanás
Solta um
palavrão trevoso.
Certa
feita ele levou
Seu
cachorro prum passeio
Seu
Zézinho exclamou:
"Um
cachorro, eu não creio!"
Seu Lunga
teve um entalo
Disse:
"não, é um cavalo,
Não está
vendo o arreio?"
Lunga foi
ao restaurante
Puxou o
banco e sentou
Veio um
gentil garçon
Com
fineza o perguntou:
--Senhor,
vai querer comer?
--Não,
vim aqui me benzer
No peito,
um credo, cruzou.
Lunga foi
a padaria
Comprou
dois litros de leite
Um velho
lhe perguntou:
--A
bebida é pro deleite?
Ele
disse: "não senhor,
Essa joça
eu quero por
Na
estante como enfeite".
O velho,
ressabiado
Pôs-se
logo a se explicar:
--Calma
meu nobre senhor
Perguntei
por perguntar
Queria
puxar conversa
A coisa
ficou dispersa
Não
precisa se estressar.
Deu a
besta fera em Lunga
Mais
nervoso ele ficou
--Quer
saber pra que é o leite?
Ele ao
velho perguntou
--É pra
lavar meu cabelo
Costas,
ombros, pelo a pelo
Ali mesmo
se banhou.
Lunga
estava em um boteco
Tomando
uma água-ardente
Sua
esposa ali chegou
E em meio
a toda gente
Disse: --
Lunga, seu safado,
Por que
tá embriagado?
Eita
cabra inconseqüente!
Lunga
chegou até ela
Trôpego a
cambalear
Com o
bafo de cachaça
Começou a
esbravejar:
-- Tomei
dois litros de Fanta
Não está
vendo, sua anta
O que vim
fazer no bar?
Um belo
carro de luxo
A famosa
limosine
Chegou à
concessionária
Tava
exposta na vitrine
Lunga
disse: --eu quero aquela
Dou até
minha costela
Por
aquela lamborguine.
O
vendedor, à socapa,
Riu do
momento bizarro
--Meu
senhor, está enganado
Trocou o
nome do carro
Lunga,
bufando de raiva
Encorporou
o Saraiva
Não
adimitiu o sarro.
--Olhe
aqui fi da broboinca
O
automóvel é meu
Vou pagar
com minha verba
Se
entupa, seu fariseu
Dou o
nome que eu quero
Joaquim,
Chico ou Homero
Também
ponho o de Romeu.
Uma
semana depois
Lunga, no
estacionamento
Foi
saindo com o carro
Até
passar por tormento
O alarme
disparou
A polícia
o abordou
Não teve
nem argumento.
Era um
carro igual ao dele
Não
mudava nem a cor
O modelo,
a capota
Pneu e
radiador
Calota,
marcha e breque
Iguais ao
seu calhanbeque
Principalmente
o motor.
Lunga
tomou providência
Ali, no
calor da hora
Pra não
mais se confundir
Tirou da
bota a espora
Riscou
toda a pintura
Disse:
--olhe que belezura
Quero ver
trocar agora.
Em uma
liquidação
De
artigos para o lar
Vendia
elétro-doméstico
Cama e
mesa de jantar
Lunga
estava à reboque
Conferindo
todo o estoque
Para ver
o que levar.
Foi então
que o locutor
Percebendo
o movimento
Anunciou
aparelhos
De umas
marcas de sustento
No uso do
microfone
Disse:
--esse DVD Sony
É último
lançamento.
Lunga
gritou:-- abestado,
Deixe de
ser mentiroso
A Sony
não vai fechar
Não seja
fantasioso
Diga
assim, seu demente
Esse aqui
é o mais recente
Senão
fica duvidoso.
Disponível
em:
http://cordeldamulestia.blogspot.com/2008/01/as-proezas-de-seu-lunga.html
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