O CURUPIRA E SEU ZÉ
Autora Thamiris Bianca
Certa vez em um sítio um homem chamado seu Zé foi
caçar. Como de costume, chegando no local onde sempre ficava, fez um mutá e
sentou-se a espera de uma caça. De repente, ouviu pegadas nas folhas secas. Não
podia ser ninguém conhecido porque não combinara de encontrar-se com nenhum dos
amigos de caçada e aguçando mais os ouvidos percebeu que as pegadas se
aproximavam cada vez mais. Hora parecia como as de um animal. Hora parecia como
as de gente. E cada vez mais se aproximando, Lentas e ameaçadoras, porque a
cada barulho que seu Zé escutava seu coração parecia querer sair pela boca, pois
ele já percebera que talvez não fosse um animal.
Resolveu então chamar para ver se não era um caçador
buscando um local para armar também o seu mutá, e chamou, mas, ninguém
respondeu. Arrependeu-se de sua atitude e resolveu ficar quieto, esperando.
Parou até de respirar e percebeu que o barulho parou.
Não saiu de onde estava. Permaneceu imóvel para não
correr o risco de ser descoberto. Foi quando ele viu aquele vulto passar na
disparada montado num porco espinho.
Era um homenzinho pequeno, não deu para ver direito,
mas ele teve certeza de que era o curupira; que sabia que ele estava ali para
caçar e queria espantá-lo para longe.
Ele sabia também que provavelmente o protetor das
florestas espantara todos os animais para que não corressem o risco de serem
caçados, e certamente voltaria sem nada para casa. Mas era teimoso. Não caçaria
nada, porém, não ia dar ao curupira o gostinho de se sentir vencedor.
Dormiria na floresta só para fazê-lo vigiar a noite toda e apenas de manhã iria para casa. Iria de mãos abanando, mas o danado certamente passaria aquele dia de ressaca. Deitou-se no mutá e preparou-se para dormir sem disfarçar o sorriso maroto no rosto.
Disponível
em
http://nascimentoeila.blogspot.com/2014/02/contos-de-assombracao-criados-pelos.html
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