segunda-feira, 20 de março de 2023

Conto 18: "O curupira e Seu Zé"

 

O CURUPIRA E SEU ZÉ 

Autora Thamiris Bianca

Certa vez em um sítio um homem chamado seu Zé foi caçar. Como de costume, chegando no local onde sempre ficava, fez um mutá e sentou-se a espera de uma caça. De repente, ouviu pegadas nas folhas secas. Não podia ser ninguém conhecido porque não combinara de encontrar-se com nenhum dos amigos de caçada e aguçando mais os ouvidos percebeu que as pegadas se aproximavam cada vez mais. Hora parecia como as de um animal. Hora parecia como as de gente. E cada vez mais se aproximando, Lentas e ameaçadoras, porque a cada barulho que seu Zé escutava seu coração parecia querer sair pela boca, pois ele já percebera que talvez não fosse um animal.

Resolveu então chamar para ver se não era um caçador buscando um local para armar também o seu mutá, e chamou, mas, ninguém respondeu. Arrependeu-se de sua atitude e resolveu ficar quieto, esperando. Parou até de respirar e percebeu que o barulho parou.

Não saiu de onde estava. Permaneceu imóvel para não correr o risco de ser descoberto. Foi quando ele viu aquele vulto passar na disparada montado num porco espinho.

Era um homenzinho pequeno, não deu para ver direito, mas ele teve certeza de que era o curupira; que sabia que ele estava ali para caçar e queria espantá-lo para longe.

Ele sabia também que provavelmente o protetor das florestas espantara todos os animais para que não corressem o risco de serem caçados, e certamente voltaria sem nada para casa. Mas era teimoso. Não caçaria nada, porém, não ia dar ao curupira o gostinho de se sentir vencedor.

Dormiria na floresta só para fazê-lo vigiar a noite toda e apenas de manhã iria para casa. Iria de mãos abanando, mas o danado certamente passaria aquele dia de ressaca. Deitou-se no mutá e preparou-se para dormir sem disfarçar o sorriso maroto no rosto.

Disponível em http://nascimentoeila.blogspot.com/2014/02/contos-de-assombracao-criados-pelos.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário

XXX