A VISAGEM DO BECO
Autores: Alex Felipe da Silva Santos e Paulo Henrique Barbosa dos santos
Na década de 70, no bairro da aldeia,
morou um rapaz conhecido como Carlinhos e que foi vítima de uma história de
visagem.
Certa noite, ele foi ao circo assistir ao espetáculo
junto com um primo e lá encontrou com uns amigos.
Assim que terminou o espetáculo, os amigos foram
embora e o primo do Carlinhos resolveu se antecipar porque estava com uma baita
dor de cabeça e foi embora com os rapazes deixando-o para trás.
Quando percebeu que teria que voltar para casa,
sozinho, Carlinhos sentiu um pouco de medo. Sempre que saiam à noite, os moradores
nunca retornavam desacompanhados para suas casas, por receio de alguma visagem,
e ele não era diferente. Não que tivesse medo, mas, é melhor prevenir do que
remediar. E todos sabiam que com visagem não se brinca. E começou o percurso de
volta. Depois de andar muito, chegou a uma parte do bairro da aldeia perto de
onde havia um beco muito escuro onde poucos se aventuravam a entrar em horário
proibido porque diziam que lá aconteciam coisas estranhas.
Apressou o passo. Queria estar longe dali o mais rápido
possível e a escuridão do beco o fazia tremer tanto que passou tentando não
fixar os olhos em nenhum ponto para não entrar em pânico.
Assim que passou pelo beco, sentiu um mau
pressentimento; seus cabelos arrepiaram e ele teve a sensação de que estava sendo
seguido. Não teve coragem de olhar para trás. Apressou ainda mais os passos e
tentou pensar em outra coisa. Foi quando ouviu bem atrás de si um grito
estrondoso: “Lá vou eu!”.
Com o coração disparado Carlinhos ainda teve forças de
olhar para onde ouviu o grito. Foi quando ele viu. Vinha em sua direção um
bicho horrível, preto e de olhos vermelhos como se queimassem.
Ele contou que nesse momento suas pernas tremiam tanto
que pensou que não conseguiria se mexer. Mas, reuniu forças e correu na direção
da rua onde morava. De vez em quando olhava e via desesperado aquele bicho o
seguindo de longe.
Quando se aproximou de sua casa, ouviu a visagem
gritar pela segunda vez a mesma frase: “Lá vou eu”. O eco daquela voz no meio
da noite deu a impressão de que o bicho não desistiria de persegui-lo, mas, aos
poucos foi se afastando até desaparecer.
Chegou em casa gritando desesperado para que sua mãe
abrisse a porta.
Ao entrar, estava tão branco que parecia à beira de um
colapso nervoso e a mãe o colocou para dentro.
O rapaz tremia tanto, tanto que sua mãe até pensou em
levá-lo ao hospital, mas, ele gritou desesperadamente para que ela não abrisse
a porta.
– Calma filho! Já passou. Eu não sei o que aconteceu,
mas, calma, tá?!
A mãe fez-lhe companhia porque ele não parava de
tremer lembrando aqueles olhos em brasa.
Passando um pouco o nervosismo, ele começou a contar
tudo o que tinha acontecido depois que saiu do circo. Enquanto contava para
seus pais, ouvi de repente um grito e disse:
– Escutem! Escutem! É o grito do bicho.
E o bicho gritou pela última vez. Voltando para o beco longe, longe. “Lá vai eu”! Depois do acontecido; Carlinhos nunca mais saiu e voltou só. Saia sempre acompanhado e passou a chegar mais cedo.
Disponível
em
http://nascimentoeila.blogspot.com/2014/02/contos-de-assombracao-criados-pelos.htm
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