A MULHER DE BRANCO
Autora: Kátia Cilene Sousa da Silva
Antigamente, quando ainda não existia televisão, as
pessoas do interior costumavam dormir cedo por causa do cansaço do trabalho,
mas, em dados momentos, quando ocorriam as festas de santos, alguns costumavam
sair e retornavam tarde para suas casas.
No percurso de volta, sempre se lembravam da mulher de
branco que aparecia pelas estradas. Dizem até hoje que ela è muito linda e tem
os cabelos longos. Aparece sempre debaixo de uma mangueira e os antigos diziam
que ela é a guardiã de um imenso tesouro.
Certo dia, numa comunidade que também acredita na
lenda da mulher de branco, um morador saiu para uma festa que ia acontecer um
pouco distante do sítio onde morava.
Antes de sair, a mãe, temerosa, lhe recomendou que não
voltasse muito tarde porque tinha medo de que o filho se deparasse com a
visagem. Mas ele sequer parou para ouvir os conselhos e saiu.
Quando chegou à festa, encontrou-se com os amigos para
uma noite de diversão. Enquanto isso, as horas foram passando e depois da
meia-noite, aos poucos os amigos do rapaz foram saindo em respeito às
recomendações de seus pais, mas, ele permaneceu até que ficou sozinho e
resolveu também pegar o rumo de volta para sua casa.
Enquanto retornava, o mistério da noite fez com que
ele se lembrasse da visagem que todos comentavam e do que a mãe lhe
recomendara.
Quando se aproximou da mangueira de que todos falavam,
um arrepio fez com que ele acelerasse as pedaladas na sua bicicleta. Mas, um
instante depois, um vulto todo vestido de branco, embaixo da mangueira o fez
titubear e quase cair.
Ficou olhando meio que paralisado enquanto a mulher
também parecia olhá-lo calma e parada no seu lugar assombroso. Não dava para
saber se era mesmo linda como diziam; o que imperou naquele momento foi o medo
que fez com que ele montasse novamente na sua bicicleta e saísse na disparada
sem olhar para trás.
Assim que chegou em casa, assustado e trêmulo, a mãe já o esperava; preocupada e ansiosa. Ele então a abraçou e prometeu que não iria mais sair sozinho durante a noite. Porém, quando o dia amanheceu, o rapaz estava ardendo de febre e a mãe o levou a casa de uma benzedeira e depois de alguns dias doente, ele ficou bom, mas, nunca se esqueceu da experiência de ter visto a mulher de branco.
Disponível
em http://nascimentoeila.blogspot.com/2014/02/contos-de-assombracao-criados-pelos.html
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